Inadimplência: Um Post com Boas Notícias
As mudanças na legislação para cobrança de condomínio completaram um ano. As ações de cobrança de cotas condominiais tornaram-se mais ágeis (veja informações completas aqui) e, nós ficamos, otimistas apostando que estas mudanças no médio prazo fariam com que a inadimplência nos condomínios diminuísse.
A inadimplência é um grande mal para o condomínio que, sem dinheiro, vai se descuidando, se desvalorizando e com o passar do tempo (de pouco tempo) gera como consequência mais grave e direta a perda de valor de mercado de seus apartamentos. É quase que uma loteria quando a gente vai comprar o apartamento, principalmente se ele for novo, não dá pra saber se a inadimplência lá será ou não um problema. Por que em condomínio, tudo é coletivo, até o efeito colateral do desemprego do seu vizinho. A renda cai, ele para de pagar o condomínio, a inadimplência sobe, o condomínio aumenta, o prédio para de arrecadar o fundo de obras, não faz a pintura que precisava fazer, fica com a fachada descuidada, e você, que não tem nenhuma relação direta com o desemprego do vizinho do 81 de um jeito ou de outro participa da conta final.
Porém, boas notícias! Todo otimismo com a modernização da legislação se confirmou. A inadimplência nos condomínios paulistanos caiu 20% com em um ano. Em março de 2016 este indicador apontava 5,58% de boletos de condomínio emitidos e não pagos há mais de 60 dias de seu vencimento original, este ano o número caiu, em março/2018 o número caiu para 4,48% (nas 160 mil unidades que fazem parte do meu estudo quantitativo em São Paulo). Os acordos amigáveis para pagamento também apontaram alta no mês de março de 6,4% com relação ao mesmo período do ano anterior.
O Que Mudou na Prática?
Para o condômino que deve poucos meses, o acordo é mesmo a saída mais inteligente e barata. Estanca o problema, a grande maioria dos síndicos permite parcelamentos, o que aumenta muito a chance de solucionar um problema pontual causado por um desequilíbrio momentâneo no orçamento. Esse aumento relevante no índice de pessoas que procuram síndicos e administradoras para propor acordos mostra que o paulistano encontrou aí uma solução para o problema.
Na outra ponta é importante que o ambiente todo esteja favorável para aproveitar a mudança na legislação e esta onda de combate à inadimplência a favor da saúde financeira dos condomínios. Talvez o melhor caminho seja os síndicos aumentarem a flexibilidade no número de parcelas para recebimento, nos prazos para quitação dos débitos, entendendo o momento e gerando condições favoráveis para o recebimento. Administradores facilitando com sistemas inteligentes e desburocratização nos processos o recebimento do bom pagador.
Assim vai se formando o círculo virtuoso que vem enfrentando e vencendo o problema da inadimplência nos condomínios paulistanos.
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