O impacto do trabalho remoto para o futuro dos prédios comerciais
Logo no início da pandemia, tivemos de nos defrontar com muitas incertezas. Entre elas, a dúvida sobre como seria a adaptação ao home office para grande parte dos colaboradores. Essa questão gerou dúvidas sobre como seria executada a transferência dos locais de trabalho, muitas vezes a toque de caixa, para as residências.
Ao longo dos meses, fomos aprendendo a lidar com esta realidade, avaliando e lançando mão dos muitos recursos disponíveis para reuniões online, acessos remotos, gestão de equipes à distância, dentre outras tecnologias focadas na produtividade e manutenção dos resultados.
Passados alguns meses, percebe-se que as empresas já não têm mais dúvidas sobre como o home office pode ser eficaz em termos de manutenção na entrega de resultados. Pelo contrário, está comprovado que esta alteração acelerada do uso do trabalho remoto trouxe benefícios para ambos os lados: empresas e colaboradores , gerando um novo salto nas relações de trabalho e cooperação.
Ao analisar esse mesmo cenário pela ótica dos gestores da vida em comum em edifícios comerciais, percebemos que uma grande dúvida ainda paira no ar: como ficarão os edifícios comerciais daqui por diante? Haverá uma retomada na ocupação que eleve as taxas a percentuais similares àquelas de antes da pandemia, ou o home office de fato se consolidará como concorrente deste mercado?
Em busca de respostas para essa pergunta e também de soluções para os agentes que atuam no segmento, começamos a promover debates e questionamentos, com foco em auxiliar o mercado nas possíveis adaptações que virão pela frente.
Os condomínios, como saída para este momento complicado, estão negociando seus contratos e viabilizando ao máximo a redução da cota condominial. Muitos proprietários estão negociando a locação de suas salas comerciais, e algumas adotando o sistema de coworking. Muitos prédios comerciais são formados por salas menores e já há adeptos do sistema de rodízio de equipes.
Também está em nosso radar o mapeamento de tópicos como: adaptações arquitetônicas em áreas comuns e novos usos, transformação dos conjuntos em hubs – sejam mono ou multiusuários -, adaptação e atração de espaços de coworking e, em casos com maior potencial de impacto, análise de vocação para modificação da finalidade do edifício – que pode sofrer uma transformação para uso misto ou residencial. Porém, essa medida para se tornar viável, é um processo burocrático que exige alteração da convenção com quorum específico, não tem sido aplicado até o momento em nossos clientes.
Em nosso laboratório de inovação, reunimos equipes de antropólogos, sociólogos, advogados imobiliários e administradores especializados, para analisar dados, proposição de hipóteses, discussão de oportunidades e prototipações práticas. Ainda não há uma configuração pronta para cada uma dessas possíveis adaptações, mas esse trabalho multidisciplinar é importante suporte para apoiar concretamente esse novo salto evolutivo do mercado.
Qual será o “novo normal” para os edifícios comerciais? Esta ainda é uma pergunta sem resposta. Mas há uma certeza: devemos ajudar a construir essa resposta passo a passo, e é isto que temos feito, de forma positiva e inovadora, com a velocidade necessária à retomada da economia e do mercado.
*Audrey Ponzoni é Gerente Geral da área comercial da Lello Condomínios
Foto: Divulgação
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A Lello é a maior administradora da vida em comum no Brasil, responsável pela gestão de cerca de mais de três mil empreendimentos na Capital paulista, ABC, Campinas, Jundiaí, Piracicaba e no litoral do Estado. Existem hoje cerca de um milhão de pessoas que vivem em locais administrados pela Lello. Sempre a procura de como a tecnologia pode melhorar e facilitar a vida em comum, a Lello tem uma séria de iniciativas pioneiras que está alterando a forma como as pessoas enxergam suas comunidades.